Post originalmente publicado em 13 de Março de 2011
http://www.parisseveille.info/quand-l-islande-reinvente-la,2643.html
http://nosinmibici.com/2011/01/23/2073/
O que não sabemos sobre a Islândia: que o povo desceu às ruas para contestar o Governo e a Banca. Que o povo islandês sitiou o Palácio Presidencial, não arredando pé. Que em 27 de Novembro de 2010 foi eleita uma Assembleia Constituinte. A Islândia tem uma população de 318 mil pessoas.
Ontem, em Portugal, saíram às ruas cerca de 300.000 pessoas.
Em Lisboa, saíram às ruas 200.000 pessoas. Teria sido o suficiente para fazer do Rossio a nossa Praça Tahrir. Teria sido o suficiente para sitiar a Assembleia da República, para exigir o não-pagamento de uma dívida cujos dinheiros nunca nos beneficiaram.
Teria sido o suficiente para correr com o Centrão da Assembleia da República, para pedir uma Assembleia Constituinte que nos levasse de volta a uma Constituição do povo, para o povo.
Porque as Constituições não são documentos sagrados. Lá porque diz que os governos devem ser democraticamente eleitos por X e Y meios, tal não significa que a iniciativa não esteja na acção decisiva do povo. A soberania do povo é o princípio inabdicável a partir do qual tudo o resto é contingente.
Os acontecimentos na Islândia demonstram conclusivamente o poder dos media, capaz de bloquear informação decisiva para o traçar do rumo dos povos. Sustemos a respiração, enquanto esperamos novas notícias da Islândia.
E nós? Por quanto mais tempo vamos continuar a suster a respiração?
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